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COP26: desafios para o nosso planeta



Iniciou-se no dia 31 de outubro de 2021, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP26, no Reino Unido. O evento conta com a participação de 197 países que se mobilizaram para discutir a questão ambiental e dois dos seus principais objetivos são: controlar o desflorestamento até 2030 e neutralizar a emissão de gases-estufa (especialmente o dióxido de carbono) até 2050. A urgência da Conferência está relacionada ao contexto de aquecimento global acelerado decorrente da concentração de gases nocivos na atmosfera e que está trazendo consequências severas para o planeta devido: às alterações climáticas, elevação do nível dos oceanos, queimadas, dentre outros. Todavia, alguns desses efeitos já são considerados irreversíveis.


A delegação brasileira é composta por primeiras-damas, lobistas, empresários ligados ao ramo do agronegócio. A participação de ativistas da causa ambiental, populações indígenas e instituições ambientais não governamentais que podem contribuir nas discussões, está sendo ignorada pelo governo federal.


A participação do Brasil e o cumprimento das metas que serão delineadas durante o evento são de grande relevância global, posto que em seu território onde está localizada a maior parte da também maior floresta tropical do mundo: a Floresta Amazônica. Nela, se encontra a maior biodiversidade do planeta e de volume de água doce do mundo, e que desempenha funções de suma importância, como por exemplo: regular o clima, armazenar gás carbônico, dentre outras. Seu desmatamento pode provocar um desequilíbrio no ecossistema, afetando a vegetação, os animais e, principalmente os povos originários que ali habitam, afetando também a disponibilidade de insumos importantes na fabricação de produtos indispensáveis aos seres humanos (medicamentos, alimentos, etc.). A exploração desenfreada da Amazônia ocasiona um desequilíbrio climático e está também ligada à propagação de doenças.


Ao analisar os dados referentes ao desmatamento da Amazônia e a emissão de carbono no Brasil, fica evidente que políticas públicas de preservação ambiental, reflorestamento e redução de gases nocivos são urgentes e necessárias. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, a Amazônia perdeu o equivalente a nove vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)[2]. Este número corresponde ao maior desmatamento dos últimos 10 anos. Além disso, enquanto a média global de redução da emissão de gases nocivos foi o equivalente a 7% durante a pandemia da Covid-19, o Brasil teve um aumento de 9,5%, seguindo na direção oposta se comparado aos outros países, conforme dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG)[3]. Ademais, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é no Brasil em que se concentra mais da metade das queimadas na América do Sul, principalmente nas regiões da Caatinga e do Cerrado[4].

O evento se estenderá até o dia 12 de novembro e, até o momento, o Brasil se comprometeu a reduzir pela metade a emissão de gases de efeito estufa e a zerar o desmatamento ilegal até 2030. Os acordos assinados ainda incluem a preservação das florestas, combate a incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas. Além disso, o país também estabeleceu a meta de neutralizar o clima até 2050. No mais, o Brasil discutirá, nessa última semana do evento, temas como: reflorestamento, agricultura sustentável e proteção das florestas.


Lavínia Garcia Milioli

Estagiária



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